I see irony

The term “emergence” has become popular among scientists to describe the seemingly inexplicable leaps that occur in the evolutionary process when greater complexity bursts from lesser complexity. Billions years ago, biological life emerged from dead matter, and somewhere 200000 years ago, mind emerged and revealed by the first signs of culture among our primitive ancestors.

I’ve seen many people go from unhappiness to happiness, confusion to clarity. I’ve seen people find confidence in a reality, which fills a hole in their soul and relieves their existential angst.

I’m speaking about the actual emergence of a more complex human being.

 

 

 

O sucesso da asneira

Quatro textos escritos no DN ao longo dos últimos dez anos. Ocasionalmente uso o de 2003 como metáfora do país que só por sorte é desenvolvido. Para os mais desatentos os textos são irónicos e a fundação existe na cabeça do autor João César das Neves.

«Portugal fez tudo errado, mas correu tudo bem.” Esta é a conclusão de um relatório internacional recente sobre o desenvolvimento português. Havia até agora no mundo países desenvolvidos, subdesenvolvidos e em vias de desenvolvimento. Mas acabou de ser criada uma nova categoria: os países que não deveriam ser desenvolvidos. Trata-se de regiões que fizeram tudo o que podiam para estragar o seu processo de desenvolvimento e… falharam. Hoje são países industrializados e modernos, mas por engano. Segundo a fundação europeia que criou esta nova classificação, no estudo a que o DN teve acesso, este grupo de países especiais é muito pequeno.

Aliás, tem mesmo um só elemento: Portugal. A Fundação Richard Zwentzerg (FRZ), que se tornou famosa no ano passado pelo estudo que fez dos “bananas da república”, iniciou há uns meses um grande trabalho sobre a estratégia económica de longo prazo. Tomando a evolução global da segunda metade do século XX, os cientistas da FRZ procuraram isolar as razões que motivavam os grandes falhanços no progresso. O estudo, naturalmente, pensava centrar-se nos países em decadência. Mas, para grande surpresa dos investigadores, os mais altos índices de azelhice económica foram detectados em Portugal, um dos países que tinham também uma das mais elevadas dinâmicas de progresso. Desconcertados, acabam de publicar, à margem da cimeira de Lisboa, os seus resultados num pequeno relatório bem eloquente, intitulado: “O País Que não Devia Ser Desenvolvido – O Sucesso Inesperado dos Incríveis Erros Económicos Portugueses.”

Num primeiro capítulo, o relatório documenta o notável comportamento da economia portuguesa no último meio século. De 1950 a 2000, o nosso produto aumentou quase nove vezes, com uma taxa de crescimento anual sustentada de 4,5 por cento durante os longos 50 anos.

Esse crescimento aproximou-nos decisivamente do nível dos países ricos. Em 1950, o produto de Portugal tinha uma posição a cerca de 35 por cento do valor médio das regiões desenvolvidas. Hoje ultrapassa o dobro desse nível, estando acima dos 70 por cento, apesar do forte crescimento que essas economias também registaram no período. Na generalidade dos outros indicadores de bem-estar, a evolução portuguesa foi também notável. Temos mais médicos por habitante que muitos países ricos. A mortalidade infantil caiu de quase 90 por mil, em 1960, para menos de sete por mil agora. A taxa de analfabetismo reduziu-se de 40 por cento em 1950 para dez por cento actualmente e a esperança de vida ao nascer dos portugueses aumentou 18 anos no período. O relatório refere que esta evolução é uma das mais impressionantes, sustentadas e sólidas do século XX. Ela só foi ultrapassada por um punhado de países que, para mais, estão agora alguns deles em graves dificuldades no Extremo Oriente.

Portugal, pelo contrário, é membro activo e empenhado da União Europeia, com grande estabilidade democrática e solidez institucional. Segundo a FRZ, o nosso país tem um dos processos de desenvolvimento mais bem-sucedidos no mundo actual. Mas, quando se olha para a estratégia económica portuguesa, tudo parece ser ao contrário do que deveria ser. Segundo a Fundação, Portugal, com as políticas e orientações que seguiu nas últimas décadas, deveria agora estar na miséria. O nosso país não pode ser desenvolvido. Quais são os factores que, segundo os especialistas, criam um desenvolvimento equilibrado e saudável?

Um dos mais importantes é, sem dúvida, a educação. Ora Portugal tem, segundo o relatório, um sistema educativo horrível e que tem piorado com o tempo. O nível de formação dos portugueses é ridículo quando comparado com qualquer outro país sério. As crianças portuguesas revelam níveis de conhecimentos semelhante às de países miseráveis. Há falta gritante de quadros qualificados. É evidente que, com educação como esta, Portugal não pode ter tido o desenvolvimento que teve. Um outro elemento muito referido nas análises é a liberdade económica e a estabilidade institucional. Portugal tem, tradicionalmente, um dos sectores públicos mais paternalista, interventor e instável do mundo, segundo a FRZ. Desde o “condicionamento industrial” salazarista às negociações com grupos económicos actuais, as empresas portuguesas vivem num clima de intensa discricionariedade, manipulação, burocracia e clientelismo. O sistema fiscal português é injusto, paralisante e está em crescimento explosivo. A regulamentação económica é arbitrária, omnipresente e bloqueante. É óbvio que, com autoridades económicas deste calibre, diz o relatório, o crescimento português tinha de estar irremediavelmente condenado desde o início. O estudo da Fundação continua o rol de azelhices, deficiências e incapacidades da nossa economia.
Da falta de sentido de mercado dos empresários e gestores à reduzida integração externa das empresas; da paralisia do sistema judicial à inoperância financeira; do sistema arcaico de distribuição à ausência de investigação em tecnologias. Em todos estes casos, e em muitos outros, a conclusão óbvia é sempre a mesma: Portugal não pode ser um país em forte desenvolvimento. Os cientistas da Fundação não escondem a sua perplexidade.

Citando as próprias palavras do texto: “Como conseguiu Portugal, no meio de tanta asneira, tolice e desperdício, um tal nível de desenvolvimento? A resposta, simples, é que ninguém sabe. Há anos que os intelectuais portugueses têm dito que o País está a ir por mau caminho.

E estão carregados de razão. Só que, todos os anos, o País cresce mais um bocadinho.” A única explicação adiantada pelo texto, mas que não é satisfatória, é a incrível capacidade de improvisação, engenho e “desenrascanço” do povo português. “No meio de condições que, para qualquer outra sociedade, criariam o desastre, os portugueses  conseguem desembrulhar-se de forma incrível e inexplicável.” O texto termina dizendo:

“O que este povo não faria se tivesse uma estratégia certa?”.»

 

 

 

These events don’t have a common cause

The Yangtze River mysteriously turned red, thousands of alligators strangely surfaced at a lake in Nanjing and an earthquake rocked a border province, killing 81. To make things worse, a crown prince about to ascend the throne has disappeared. As the country prepares for a generational shift in leadership with Xi Jinping, rumors, omens and superstitions have gone into overdrive.

Apart from Princess Maxima, nothing out of the ordinary is in canals. The elections delivered the power to the ones already there, which started to seduce others into a dutch style feisty coalithion.

Let go outside and see if there’s anything fishy with the Tagus river.

 

 

 

O que me preocupa neste momento…

Quantos dentes tem uma carica? Mas como a rapaziada anda chateada com o governo e eu não quero ser desmancha-prazeres, aqui vai:

Não se arranja uma maneira de mandar o governo ao Wyoming e dizer aos tipos de lá que vai daqui uma alcateia de lobos cinzentos. “23,000 People from 33 States Apply for Minnesota Wolf Hunting Permits; Unrestricted Hunting Starts Soon in Wyoming“.

Os que são incapazes de recordar o passado estão condenados a repeti-lo“, os que são capazes de recordar o passado e aprender com as suas lições, tipicamente não tem o poder de fazer a diferença no presente prevenindo a repetição do passado. Até porque os que têm o poder de fazer a diferença não o usarão nem se recordarão.

 

 

 

Um conto de duas cidades

Eu vi Kasparov imortalizar-se como maior xadrezista da história e perder contra um básico computador. Vi o mais intratável ciclista da história atirado à valeta. O mais debocado lutador de sempre bloqueado pela doença. O mais talentoso basquetebolista da história incapaz de bater uma bola numa base.

Eu vi a bruxa, velha, merceeira ser “aplaudida” à esquerda, o Bean das finanças, preparado e respeitado, fazer do Pol Pot um anjinho de procissão.

«It was the best of times, it was the worst of times, it was the age of wisdom, it was the age of foolishness, it was the epoch of belief, it was the epoch of incredulity, it was the season of Light, it was the season of Darkness, it was the spring of hope, it was the winter of despair, we had everything before us, we had nothing before us, we were all going direct to heaven, we were all going direct the other way – in short, the period was so far like the present period, that some of its noisiest authorities insisted on its being received, for good or for evil, in the superlative degree of comparison only.»

 

 

 

Agora… Todos em coro

Há uns histéricos cheios de direitos de um lado e do outro uns tristes cheios de razões.

Os funcionários públicos acham que só eles é que pagam a crise.
Os trabalhadores do privado acham que só eles é que pagam a crise.
Os precários acham que só eles é que pagam a crise.
Os reformados acham que só eles é que pagam a crise.
Os desempregados acham que só eles é que pagam a crise.
Os especuladores da bolsa acham que eles é que pagam a crise.

All together now.